sábado, 6 de março de 2010

Política Científica

MCT prepara programa de P&D para impulsionar energia solar térmica

As bases para se estabelecer uma política nacional de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para o setor de energia solar foram lançadas nos últimos dias 4 e 5, em Belo Horizonte.
Sob o auspício do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), representantes de vários centros de pesquisa, da indústria, concessionária de energia e órgãos governamentais elaboraram um texto básico visando a criação de um programa de P&D, voltado especificamente para a energia solar térmica.

A energia solar abrange duas grandes áreas: fotovoltaica (transformação direta da luz solar em eletricidade) e térmica (uso do calor proveniente da radiação solar para fins diversos).

Participantes em reunião no Núcleo de Capacitação
Tecnológica do CETEC
O documento final elaborado na capital mineira contou com a colaboração de pesquisadores dos CEFETs de Minas Gerais e Santa Catarina, das Universidades Federais do Rio Grande do Sul, Pernambuco e Paraíba, Unicamp, PUC-Minas, CETEC-MG, Grupo Anima de Educação e Cultura e CEPEL-RJ; de representantes da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), do Ministério de Minas e Energia (MME), do MCT e da associação brasileira de fabricantes de equipamentos solares (ABRAVA).

O texto contempla cinco grandes linhas de pesquisa, necessárias para se obter tecnologia termossolar e economicamente competitiva, capaz de atender à demanda do setor produtivo e de serviços: i) materiais (superfícies seletivas, refletoras e isolantes), ii) componentes e dispositivos de captação e conversão da radiação solar, iii) sistemas para aplicações (aquecimento e ar condicionado) industriais, residenciais e no setor terciário, iv) estudos transversais (análise econômica, ciclo de vida de componentes e dispositivos solares), v) desenvolvimento de protótipos demonstrativos.

Com a maior parte de seu território situada entre os trópicos, o Brasil é um dos países mais ensolarados do planeta. Embora quase metade de nossa matriz energética seja balizada por fontes renováveis de energia (principalmente hidráulica e biomassa), a energia solar térmica pode contribuir efetivamente para melhorar a distribuição da energia elétrica (atenuação do consumo de pico gerado por chuveiro elétrico), além de ser uma alternativa estratégica interessante para a diversificação da matriz energética. Não sem tempo foi criado um embrião do que pode vir a ser, espera-se, um programa de P&D em energia solar térmica.

Apoiada por parte expressiva da comunidade científica e do setor industrial nacionais, esta iniciativa do MCT tem tudo para dar certo. Uma vez transformada em programa de estado, certamente contribuirá para se alcançar a meta fixada pelo MME, de aumentar, dos atuais 4% para 9% em 2017, a participação das tecnologias alternativas de energia renovável na matriz energética brasileira.

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