quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Unesco: Brasil é 13º maior produtor mundial de ciência, mas gasto com P&D em relação ao avanço do PIB diminui

Enquanto PIB nacional cresce 27% de 2002 a 2008, no mesmo período gasto bruto em P&D aumenta apenas 10%, segundo Unesco

http://www.buenomak.com.br/revista-pd-aneel-transformador-autoprotegido/&usg=

Em relatório publicado recentemente pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), o Brasil aparece na 13ª posição entre os maiores produtores de ciência do mundo, com mais de 26 mil publicações internacionais em 2008.

O capítulo do relatório referente ao Brasil é de autoria dos pesquisadores Carlos Henrique de Brito Cruz (prof. da Unicamp e diretor científico da Fapesp) e Hernan Chaimovich (prof. da USP e diretor executivo da Fundação Butantan). 

Os autores mostram que o crescimento do investimento em P&D no país foi quase três vezes menor do que a expansão da economia como um todo, no período de sete anos avaliado (2002-2008).

Destacam a promessa não cumprida de Lula, que em 2003 declarara a meta de investir 2% do PIB em P&D até o final de seu primeiro mandato. Hoje o gasto em P&D relativo ao PIB é pouco mais da metade desse valor: 1,1%.

Apesar disso, devido ao crescimento econômico sustentado dos últimos anos, em termos absolutos o Brasil gastou mais do que países desenvolvidos como Itália e Espanha, embora fique atrás de ambos “em capacidade de traduzir os investimentos de P&D em resultados palpáveis”, afirmam Brito Cruz e Chaimovich.

Os dados da Unesco revelam que a maior parte dos investimentos em P&D no Brasil correspondem ao setor público (55%), “um fenômeno comum à quase todos os países em desenvolvimento”, dizem os pesquisadores.

Segundo indicadores atuais de C&T do Ministério de Ciência e Tecnologia, nos EUA os gastos empresariais em P&D são quatro vezes maiores do que no Brasil. Em relação à média da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o setor privado desses países investe em P&D três vezes mais do que no Brasil.

Isto pode explicar o baixo número de patentes industriais e acadêmicas registradas internacionalmente por pesquisadores brasileiros: uma média estagnada nos últimos dez anos em torno 100 patentes/ano, enquanto a Índia quintuplicou sua taxa, de 2000 a 2009, passando de 131 para quase 700 patentes/ano.

O Relatório Unesco sobre Ciência 2010 – Resumo Executivo pode ser acessado pelo link abaixo:
http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001898/189883por.pdf

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