domingo, 5 de junho de 2011

Hidrelétricas no Brasil: mais 24 usinas até 2020

Novas usinas previstas pelo governo representam 16% da capacidade instalada atual

http://www.opg.com/power/hydro/new_projects/lower_mattagami.asp&usg=

O governo federal aposta na construção de novas usinas hidrelétricas para expandir o sistema elétrico brasileiro nos próximos 10 anos, com a construção de 24 unidades.

O investimento total previsto para o setor de geração de energia é de R$ 190 bilhões, dos quais pouco mais da metade serão destinados à construção de hidrelétricas.

Oito projetos devem ser leiloados ainda este ano de acordo com a versão preliminar do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) para o período 2011-2020 gerando 10% do total de energia nova (18 GW) a partir de 2016.

Com as novas usinas, mais as que estão em construção ou já foram licitadas, o governo espera fazer frente à demanda de energia elétrica do país, cuja projeção de crescimento para a segunda metade da década é de 4,9% ao ano.

Das novas hidrelétricas, a maior é a de São Luiz do Tapajós, no Pará, com capacidade de geração de 6,1 GW (giga watt), cuja área inundada será de cerca de 722 km2, equivalente a 100 mil campos de futebol.
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Quedas no rio Tapajós, onde serão construídas três usinas
http://www.internationalrivers.org/files/images/Cachoeiras%2520São%2520Luiz.jpg&imgrefurl=

Ela terá uma capacidade de pouco mais da metade do que vai gerar Belo Monte, no rio Xingu – a 3ª maior do mundo, atrás apenas da chinesa Três Gargantas (22,4 GW) e de Itaipu (14 GW) – que obteve sua licença ambiental definitiva apenas recentemente, após três décadas de estudos e tramitações.

Embora seja uma fonte renovável, a maior vantagem da energia hidrelétrica é o preço da eletricidade produzida. O custo do MWh (mega watt hora) fixado no leilão de Belo Monte é de R$ 83, contra cerca de R$ 140 das últimas termelétricas e eólicas leiloadas.

A construção de grandes barragens provoca um forte impacto sócio-ambiental, uma vez que requer a devastação de vastas áreas de mata nativa, destruindo a biodiversidade e colocando em risco a sobrevivência de povos indígenas e ribeirinhos.

Outra questão, ainda sem resposta, é a avaliação das emissões de gases de efeito estufa (CO2, CH4 e N2O, principalmente) oriundos de nutrientes depositados nos reservatórios, e quais mecanismos de mitigação poderiam ser implementados.

No caso de Belo Monte, grupos ambientalistas questionam também sua baixa produtividade no período de seca (de julho a outubro), que seria de apenas 10% de sua capacidade.

Resta saber se, no planejamento do governo para a ampliação da geração hidrelétrica nos próximos dez anos, estão incluídos prazos realistas para os devidos licenciamentos ambientais. 

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