sábado, 28 de janeiro de 2012

Vida inteligente fora da Terra é cada vez mais improvável, diz cientista britânico

‘Antenas de Busca por Inteligência Extraterrestre não captaram nada além de ruído’, destaca Steve Jones


Antenas radiotelescópicas do Programa SETI (Califórnia, EUA) 
http://www.neoteo.com/earth-speaks-que-le-dirias-a-et-seti-16239

Em artigo publicado (em 24.1.2012) no site do The Telegraph, um dos maiores especialistas em genética do mundo, Steve Jones, explica porque a vida começa e termina na Terra. Jones lembra três importantes marcos da ciência na busca por evidências de vida evoluída fora de nosso planeta.

O primeiro é Stephen Hawking (o célebre astrofísico que acaba de completar 70 anos), que afirmara – sob uma ótica meramente estatística – haver possibilidade de vida inteligente em algum dos milhares de planetas fora do sistema solar.

O segundo é o programa Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI, na sigla em inglês), criado com base na idéia de que eventuais seres extraterrestres inevitavelmente evoluiriam a ponto de enviar sinal de vida para seus congêneres na Terra. Só que as potentes antenas radiotelescópicas do SETI – instaladas na Califórnia (EUA) há 52 anos – até hoje nada captaram além de ruídos, lembra Jones.

Já o terceiro marco destacado pelo professor emérito da Universidade de Londres é a tese do bioquímico Nick Lane, que contestou radicalmente (em palestra proferida no último dia 15) a possibilidade aventada pelo SETI. Lane “despeja um balde de água fria [na hipótese de haver vida fora da Terra]”, diz Steve Jones.

Segundo Lane, a evolução dos sistemas vitais só foi possível graças a uma “barreira” que se formou entre o núcleo das células (que contém o material genético) e o meio externo, o ambiente em que vivem.

Organismos unicelulares evoluíram para estruturas complexas (a exemplo dos eucariotas), porque dispunham de uma membrana separando o núcleo do restante da célula. A ciência já é capaz de reproduzir em laboratório este tipo de membrana em condições similares àquelas que permitiram a aparição do primeiro ser vivo na Terra (há 4 bilhões de anos), e de formar glóbulos que podem reter outros elementos químicos, simulando um processo evolutivo, escreve Jones.

Outras experiências sugerem que pequenas moléculas podem, ainda que de forma ineficiente, se auto-copiar; parte da matéria prima necessária para que isto ocorra espontaneamente pode estar flutuando no universo e, casualmente, cair na Terra, diz o geneticista.

O surgimento de seres complexos como os eucariotas deveu-se às mitocôndrias, organelas celulares responsáveis pela produção de energia, que possibilita uma série de atividades vitais, como a respiração, a sínteses de substâncias e a divisão celular. Não fosse este fenômeno, jamais teríamos saído de um estado celular primitivo e chegado ao estado atual da vida, garante o bioquímico.

Na lógica de Nick Lane, mais do que remota, a chance de um evento similar ocorrer em outro planeta é praticamente nula. Na Terra, o evento foi único em quatro bilhões de anos.

Fonte: http://www.telegraph.co.uk/science/steve-jones/9034807/Why-life-begins-and-ends-on-Earth.html

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