sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dinamarca: governo anuncia que país produzirá 100% de energia limpa até 2050

Meta seria alcançada com geração eólica, solar e combustão de biomassa; fontes renováveis responderiam por 1/3 de toda capacidade instalada já em 2020

Parque eólico de Middelgrunden (Dinamarca): primeira usina elétrica offshore, em operação desde 2000, com capacidade de 10 MW 

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Mal o governo dinamarquês anunciou a meta de “varrer o país” com energia renovável nas próximas décadas, já se questiona se tal objetivo não seria um tanto quanto ilusório. 

Em um país com recursos energéticos limitados, a medida teve o apoio de toda a classe política nacional. “Não importa o que façamos, sempre vamos ter aumento nos preços da energia”, declarou a porta-voz do Partido Liberal (de oposição) Lykke Friis.

Ou seja, se o país dispensa cada vez mais recursos para se abastecer de combustível fóssil, local ou oriundo do exterior, melhor acelerar o investimento em energia renovável visando à autossuficiência. Essa é a lógica que respalda a gigantesca meta governamental anunciada recentemente.

Embora carente de fontes próprias de energia, a Dinamarca nunca considerou seriamente a opção nuclear; o país foi um dos pioneiros a investir pesado na geração elétrica com base em energias renováveis, especialmente a eólica. 

Desde o inovador parque eólico marítimo de 10 MW, de Middelgrunden – inaugurado em 2000 (foto) – até a Usina de Avedøre (nos arredores de Copenhague), com capacidade instalada de 1 GW, são inúmeros os empreendimentos em geração renovável. 

Avedøre utiliza enormes geradores eólicos e conta com duas termelétricas a biomassa (resíduos agrícolas e industriais), que produzem energia suficiente para o consumo de 250 mil residências. 

Apesar do pioneirismo no desenvolvimento da geração elétrica com energias renováveis, a Dinamarca tem pela frente grandes desafios para alcançar nas próximas décadas sua autonomia energética baseada em fontes limpas. 

O jornalista britânico Paul Moss destaca em seu artigo Are Denmark's renewable energy goals wishful thinking? – publicado no site da BBC no último dia 8 – que o país escandinavo precisaria solucionar problemas que vão desde a estocagem até a distribuição da energia.

Por um lado é preciso encontrar soluções tecnológicas para armazenar o excedente de energia captada pelo sol e pelos ventos, para usá-la em períodos de baixa insolação e pouco vento. Por outro, para que a energia de origem eólica gerada em alto-mar possa ser transportada até os centros consumidores, é necessária uma vasta rede de cabos elétricos. Além disso, o número de veículos elétricos precisa aumentar consideravelmente, ressalta Moss.

Todas essas demandas requerem altos investimentos, o que poderia comprometer o desenvolvimento econômico do país, como afirma um dos críticos do plano oficial dinamarquês, o ambientalista nativo Bjorn Lomborg.

Ele alega que “a energia verde é muito cara” e defende que o país primeiro passe por uma transição de combustíveis fósseis fortemente emissores de CO2 (carvão, principalmente) para outros menos poluentes, como o gás de xisto, como forma de “corrigir as alterações climáticas”. 

Um comentário:

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