sábado, 11 de maio de 2013

Concentração atual de CO2 na atmosfera pode ser a mais alta em 3 milhões de anos

Enquanto na última década aquecimento desacelerou, aumento do gás carbônico mantém praticamente mesmo ritmo desde primeiros registros

http://www.climatechangeconnection.org/emissions/CO2_equivalents.htm

No último dia 9, a Agência Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) registrou a emblemática taxa de 400 ppm (partes por milhão) de gás carbônico no ar. 

As primeiras medições, em 1958, indicavam uma taxa de 316 ppm; desde então ela tem subido continuamente. Até a revolução industrial, essa taxa (estimada por “modelos de reconstrução do clima”) nunca tinha atingido os 300 ppm em pelo menos 800 mil anos.

A taxa diária média de CO2, de 400,03 ppm – registrada acima do vulcão Mauna Loa (Havaí, EUA), no oceano pacífico – é “emblemática” porque comprova o fracasso do esforço global para reduzir as emissões atmosféricas de CO2, que aumentaram 40% entre 1990 e 2010. 

Por “sorte” – para a saúde do planeta – a temperatura média global não tem acompanhado o ritmo da taxa de CO2 atmosférico, pelo menos nos últimos oito anos. A temperatura diminuiu ligeiramente entre 2005 e 2008 e desde então se mantém estável.

Esse descompasso entre o ritmo do aumento da taxa de CO2 no ar e a evolução da temperatura planetária reforça a tese de que o aquecimento global pode estar relacionado mais a fenômenos naturais (erupções vulcânicas e atividade solar, entre outros) do que ao gás carbônico emitido pelo homem. 

Há cerca de 3 milhões de anos, a temperatura global era 2 a 3 graus mais alta do que na era pré-industrial. Defensores da hipótese do aquecimento global antrópico (especialistas pró IPCC) alegam que estamos criando um clima pré-histórico e que a sociedade deverá lidar com riscos enormes e potencialmente catastróficos.

Grande parte da comunidade científica defende que é preciso limitar o aumento da temperatura global em 2ºC em relação ao nível pré-industrial. No entanto, uma taxa de 400 ppm de CO2 coloca o planeta em uma trajetória de elevação média de 2,4ºC, conforme projeções de climatologistas da ONU, o que pode desestabilizar o clima e desencadear fenômenos extremos, como tufões e secas severas. 

Para esses especialistas, o maior problema é a velocidade com que a concentração de gás carbônico cresce, especialmente desde os primeiros registros, há 55 anos. Eles afirmam que não há precedente na história da Terra, de um aumento tão abrupto das concentrações de gases de efeito estufa.

Argumentam que, enquanto a natureza levou centenas de milhões de anos para modificar o CO2 atmosférico – via decantação do carbono e sua fossilização nós o desenterramos e o queimamos numa escala de 100 anos, a uma velocidade um milhão de vezes maior. 

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