segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Universidade de Perpignan: energia solar concentrada é destaque entre suas pesquisas

Instituição francesa tem contribuído com o avanço científico mundial em cinco grandes áreas

Forno solar de Odeillo, de 1 MW de potência térmica, próximo à cidade de Font-Romeu, nos Pirineus Orientais (França) http://isards-pyrenees-2000.monsite-orange.fr/lastationlesloisirsetlessorties/index.html

Situada próxima dos Pirineus Orientais (cordilheira que separa a França da Espanha) e do Mediterrâneo, Perpignan se notabilizou com a declaração de Salvador Dalí, em 1963, de que a estação de trem da cidade era o centro do mundo. 

Mas também é reconhecida internacionalmente pelo avanço científico promovido por sua universidade.

Com cerca de 10 mil estudantes (35% estrangeiros), 350 professores-pesquisadores, 18 laboratórios e uma média de 100 teses de doutorado defendidas por ano, a Universidade de Perpignan Via Domitia (UPVD) se destaca no cenário científico mundial. 

Desenvolve pesquisa de excelência em 5 grandes áreas: i) energias renováveis e novos materiais; ii) organismos vivos e ecologia; iii) territórios, culturas, sociedades e patrimônio; iv) dinâmica de meios ambientes terrestres e marinhos; v) teoria e sistemas complexos.

Dos 18 laboratórios da UPVD, 8 são conveniados com o CNRS (o “CNPq” francês), o que significa um “selo de qualidade” em infraestrutura humana e material, à altura dos maiores centros de pesquisa europeus. 

Com uma sólida base de estudos fundamentais, a pesquisa realizada na UPVD se beneficia de diversos sítios emblemáticos espalhados pela região, entre eles, o parque natural marítimo do Golfo de Lion e a gruta pré-histórica de Caune de Aragon (Tautavel).

São terrenos férteis para a investigação científica, que coexistem há mais de 450 mil anos; uma fonte de vestígios que marcaram a evolução do Homem moderno e sua influência sobre o meio ambiente. 

O microcosmo mediterrâneo se estende muito além das fronteiras naturais ou administrativas – como as que delimitam a região francesa do Languedoc-Roussillon e, conforme já constatado por especialistas, está presente nos cinco continentes do planeta.

“A partir de um território local, usado como ferramenta de estudos, os pesquisadores da UPVD realizam um trabalho que não se limita à escala regional, mas tem uma abrangência nacional, europeia e mundial”, diz o pró-reitor de pesquisa Xavier Py. 

As atividades acadêmicas e científicas da UPVD foram estruturadas em torno de alguns eixos estratégicos: energias renováveis, ambientes marinhos mediterrâneos, biologia/ecologia, turismo, manejo de territórios e direito aplicado.

Entre as principais linhas de pesquisa, destaque para a energia solar concentrada, materiais avançados, genoma de plantas, concentração de CO2 oceânico, impacto químico em ambiente marinho e impactos naturais e antropogênicos no oceano. 

Um marco na trajetória da pesquisa de excelência realizada na UPVD é o Promes (centro de pesquisa em Processos, Materiais e Energia Solar), associado ao CNRS.

Criado em 1968, a partir do projeto “forno solar” de Odeillo – um gigantesco concentrador que ocupa uma fachada inteira de um prédio de oito andares (foto) – o Promes dispõe de outras duas unidades de pesquisa em energia solar: a central Thémis (do tipo “torre”, de 5 MW) de Targasonne e o CESP (centro de ensaios solares) do polo de inovação tecnológica Tecnosud, de Perpignan. 

Outro importante laboratório da UPVD é o Lamps (Laboratório de Matemáticas e Física), dedicado à pesquisa de sistemas complexos.

Particularmente nas décadas de 1980 e 90 (então Laboratório de Termodinâmica e Energia), o Lamps formou alguns pesquisadores brasileiros na área de energia solar aplicada; entre eles, este blogueiro, que atualmente realiza (no Lamps) estágio pós-doutoral, com bolsa da Capes/MEC. 

Fonte: Le Journal de Perpignan Nº 19, setembro-outubro de 2013

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