quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Renováveis empregam 5,7 milhões de pessoas no mundo, diz estudo

No Brasil, 833 mil trabalham com fontes alternativas de energia limpa

Técnicos avaliam instalação solar fotovoltaica em Sengsavang, no Laos
(FOTO: Infos - Fondation Énergies pour le Monde, Nº 34, novembro de 2013)

Um panorama socioeconômico global na área de energias renováveis coloca o Brasil em 2º lugar no ranking de empregos no setor, atrás apenas da China. 

O estudo, publicado na semana passada, é da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), e exclui grandes hidrelétricas e biomassa tradicional.

O número de pessoas que trabalham direta ou indiretamente no setor de fontes limpas no mundo avança a passos largos: em 2010 eram 3,5 milhões, em 2012 superou 5,7 milhões (63% a mais), e pode triplicar até 2030, diz o relatório da Irena “Renewable Energy and Jobs”. 

O documento revela que China, Brasil, Estados Unidos, Índia e União Europeia (com Alemanha de “carro-chefe”) concentram a quase totalidade desses empregos e que biocombustíveis e energia solar fotovoltaica, juntos, respondem por 48% do total. 

No Brasil, quase 97% dos postos de trabalho são no setor de biocombustíveis, sendo o restante no de energia eólica. Não há menção ao setor de aquecimento solar. 

Já na China – líder do ranking de empregos no setor de renováveis, com 1/3 do total – a área solar é a que tem mais trabalhadores (1,1 milhão), seguida pela de bioenergia (biomassa, biocombustíveis e biogás), com 380 mil, e eólica (267 mil). 

Na Europa, o setor líder é o de energia solar, que emprega 364 mil pessoas (86% no fotovoltaico), seguido pelo de biomassa (274 mil) e eólica (270 mil). 

Os emergentes China, Índia e Brasil tiveram uma considerável expansão em setores de energia renovável nos últimos anos, mas a informação detalhada sobre geração de empregos nesses países é limitada, diz o relatório da Irena. 

De fato, com cerca de 9,5 milhões de m2 de coletores solares instalados em território nacional – com base na taxa de crescimento anual médio de 1 milhão de m2 desde 2010 – o Brasil figura no estudo da Irena com “zero” emprego no setor. 

Projeções indicam um grande potencial para o crescimento de postos de trabalho no setor de energias renováveis alternativas mundo afora, podendo chegar a 16,7 milhões em 2030, no melhor cenário avaliado pela Irena. 

Seriam mais 9,7 milhões de empregos em bioenergia, 2,1 milhões em eólica, 2 milhões em solar fotovoltaica, 1,8 milhão em aquecimento solar, 600 mil em pequenas hidrelétricas e 500 mil em outras fontes renováveis (heliotermodinâmica, geotérmica, energia dos mares e oceanos, etc).

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) acaba de divulgar o prognóstico de que a demanda de energia no Brasil nos próximos 10 anos crescerá em média 4,3% ao ano, ou seja, em 2023 nosso consumo energético será 52% maior que o atual.

Uma boa parte dessa energia nova, que o país precisará para se desenvolver, poderia ser fornecida por fontes renováveis ainda não exploradas especialmente a solar, para produção de eletricidade – gerando inúmeros empregos no setor, como aponta o estudo da Irena, e sem maiores impactos ambientais.

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