terça-feira, 18 de março de 2014

Cosmologia: cientistas registram ecos do Big Bang

Supertelescópio detecta ondas emitidas na explosão que teria dado origem ao Universo

Visão artística do Big Bang (Imagem: © MARK GARLICK / MGA / Science Photo Library)

Cientistas do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (CfA), de Massachussets (EUA), anunciaram ontem o primeiro registro direto de “ondas gravitacionais primordiais”. 

Em outras palavras, detectaram tremores da grande explosão que marca o nascimento do Universo há 13,7 bilhões de anos, corroborando a Teoria do Big Bang.

Se a chegada do homem à Lua há 45 anos foi “um salto gigantesco para a humanidade”, a descoberta dos pesquisadores do CfA foi um assombroso avanço da física. Comparável ao do Bóson de Higgs, em 2012. 

As ondas, ou ondulações do espaço-tempo, captadas pelos cientistas são previstas pela Teoria da Relatividade de Einstein e revelam uma expansão extremamente rápida do Universo na primeira fração de segundo de sua existência, ou fase de “inflação cósmica”. 

A descoberta é vista como um dos principais objetivos da cosmologia, conforme declarou John Kovac, professor de astronomia e física do CfA e chefe da equipe responsável pelo feito. 

Os sinais provenientes do Big Bang foram capturados pelo telescópio BICEP2, instalado na Antártida, na forma de radiação residual ou minúsculas flutuações que fornecem indícios dos instantes iniciais do Universo. 

Por exemplo, pequenas diferenças de temperaturas observadas no céu revelam onde o cosmo era mais denso e onde se formaram as galáxias, como explicam os cientistas do projeto BICEP2. 

“Era como procurar uma agulha no palheiro, mas acabamos achando um pé-de-cabra”, disse Clem Pryke, da Universidade de Minnesota, chefe-adjunto da equipe. 

“Esses resultados significam não apenas uma prova irrefutável da inflação cósmica, mas também nos informam sobre o momento dessa rápida expansão do Universo e da potência desse fenômeno”, explicou Avi Loeb, da Universidade de Harvard. 

Para Loeb, a descoberta lança uma nova luz sobre questões fundamentais, como “porque existimos e como surgiu o Universo”. 


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