quinta-feira, 10 de abril de 2014

Energia eólica: mercado global recua pela primeira vez na história do setor, diz GWEC

Queda foi puxada pelos EUA, onde a capacidade instalada em 2013 caiu drasticamente em relação a 2012

http://www.gwec.net/wp-content/uploads/2014/03/GWEC-Global-Wind-Report_9-April-2014.pdf

Desde os primeiros investimentos em parques eólicos, há mais de duas décadas, 2013 foi o pior ano do setor. É o que diz o Global Wind Energy Council (GWEC) em seu relatório anual de atualização do mercado, divulgado ontem. 

Foram instalados mundo afora 35,3 GW no ano passado, 22% a menos que em 2012 – uma taxa de crescimento abaixo da registrada em 2009.

Quase metade (45,4%) das novas capacidades eólicas foi instalada na China  (16,1 GW) – líder absoluta do setor – muito à frente da Alemanha (3,2 GW), seguida por Reino Unido (1,9), Índia (1,7), Canadá (1,6) e Estados Unidos (1,1). 

A queda considerável no avanço do setor em 2013 se deve em boa medida à forte desaceleração do mercado americano, onde novos projetos de geração eólica somaram uma capacidade 12 vezes menor que em 2012. 

Com a capacidade eólica adicionada no ano passado, o planeta acumula 381,1 GW de potência elétrica gerada a partir dos ventos. 

A China detém 29% do mercado global, com uma capacidade instalada total de 91,4 GW, seguida por Estados Unidos (61,1 GW), Alemanha (34,2), Espanha (23,0), Índia (20,1), Reino Unido (10,5), Itália (8,5) e França (8,2). 

A distribuição geográfica das potências eólicas por continente ficou assim: Europa (121,5 GW), Ásia (116), América do Norte (70,8), América Latina e Caribe (4,8), Região do Pacífico (3,9), África e Oriente Médio (1,2). 

Segundo o GWEC, em 2014 o mercado eólico global deve ser reaquecido e, pelo menos, se equiparar ao de 2012, quando novas instalações somaram 45,2 GW. 

O relatório Annual Market Update 2013 aponta que nos próximos 20 anos fontes renováveis deverão gerar mais de um quarto de toda a eletricidade do mundo, sendo 25% proveniente dos ventos. 

A maior parte deste crescimento viria de mercados emergentes na América Latina e África, enquanto que Alemanha e Reino Unido impulsionariam o reaquecimento do mercado europeu. 

Com 34 novos parques aerogeradores instalados em 2013 (somando 953 MW), o Brasil registra uma capacidade eólica acumulada de 3,5 GW – potência capaz de abastecer 8 milhões de residências, o que equivale a 3% de todo o consumo elétrico nacional. 

“A indústria eólica e sua cadeia de suprimentos estão firmemente se consolidando no Brasil, com nove fabricantes internacionais abrindo instalações no país”, destaca o documento da GWEC. 

O texto menciona, ainda, o Plano Decenal de Energia brasileiro, que estabelece a meta de 17 GW eólicos instalados até 2022, uma potência que atenderia a 9,5% de toda a demanda nacional de eletricidade. 

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