domingo, 22 de junho de 2014

AIE: ‘O que há nas lojas para captura e estocagem de carbono?’

Sequestro de CO2 teria ‘papel crítico’ no controle da temperatura planetária, diz agência internacional

http://www.davidsuzuki.org/issues/climate-change/science/climate-change-basics/climate-change-101-1/

Em recente publicação, a Agência Internacional de Energia (AIE) destaca a importância da captura e sequestro de carbono (CCS, em inglês) para conter o aquecimento atmosférico antrópico. 

No documento “CCS 2014 – What lies in store for CCS”, a AIE analisa aspectos estratégicos, econômicos e políticos da CCS face aos perigos da mudança climática apontados pela ciência.

Uma das alternativas mais promissoras para reduzir as emissões de CO2 é a sua captura nos locais de produção – especialmente em centrais termelétricas e na indústria de base (siderurgia, cimento e petróleo) – e posterior estocagem no subsolo terrestre ou oceânico. 

As emissões termelétricas e industriais de carbono representam cerca de 1/3 dos 34,5 bilhões de toneladas anuais (2012) emitidos pelo homem, o que torna economicamente inviável a implantação em larga escala da tecnologia de captura e sequestro de carbono (CCS). 

A AIE assinala que nos últimos anos tem faltado atenção do público e dos formuladores de políticas a essa questão, razão pela qual o CCS 2014 foi elaborado. O documento é um suporte para governos e setores industriais, visando impulsionar o desenvolvimento da CCS. 

Diferentes aspectos da armazenagem de CO2, as aplicações industriais da tecnologia e o papel que a utilização do gás carbônico poderia ter na mitigação de mudanças climáticas são abordados no CCS 2014. 

O texto ressalta que é preciso se concentrar em ações concretas no âmbito governamental e industrial para se fomentar a implantação em larga escala da CCS, em diferentes níveis. 

Elemento essencial na concepção de projetos de CCS, “a estocagem é a terceira etapa do processo, mas deve ser desenvolvida simultaneamente à captura e ao transporte do CO2”, diz o CCS 2014. 

Isto porque as características e o comportamento do reservatório (onde vai ser armazenado o gás) podem ser determinantes para definir o projeto e a operação de toda a cadeia de CCS. 

Além disso, a experiência mostra que pode levar de 5 a 10 anos para se qualificar uma nova formação salina capaz de estocar CO2, ainda que já se disponha de estimativas teóricas mais promissoras. 

Para saber o potencial da CCS como alternativa para reduzir as emissões de carbono, os tomadores de decisão precisam ter conhecimento do tamanho e da distribuição dos reservatórios disponíveis para a estocagem. 

Em outras palavras, é preciso antes de tudo levantar com certa precisão dados regionais e nacionais sobre as áreas geográficas com maior potencial para o armazenamento de CO2. 

A AIE defende que as várias metodologias – atualmente usadas para avaliar o potencial de estocagem de um determinado país – sejam uniformizadas, a fim de facilitar a identificação e a comparação entre diferentes sítios. 

O alto investimento requerido para se avaliar a capacidade de estocagem é outro aspecto considerado crucial para que a tecnologia de CCS possa se desenvolver. A decisão final do investidor estaria atrelada a um elevado grau de confiança na capacidade efetiva que um ou mais reservatórios dispõem para aprisionar CO2. 

A ausência de incentivos financeiros e de políticas consistentes voltadas à questão climática reacendeu o debate sobre o uso de CO2 como atrativo econômico para fomentar o investimento em instalações de CCS. 

No entanto, “é preciso classificar de forma cuidadosa as diferentes opções de uso do CO2, já que nem todo tipo de utilização vai de encontro aos esforços de mitigação da mudança climática”, adverte a AIE. 

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