segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Biocombustíveis: consumo na União Europeia recua pela primeira vez em 12 anos

Redução do carburante renovável foi de 6,8% em 2013

Usina Beta Renewables, inaugurada no final de 2013 em Crescentino (Itália), produz bioetanol de segunda geração (FOTO: Fabrizio Giraldi/Novozones). Le journal des énergies renouvelables Nº 222, 2014

De 2002 a 2012, o consumo de biocombustível em transportes nos países do bloco europeu (EU-28) só aumentou.

Mas, após registrar avanços mínimos nos últimos anos, diminuiu em 2013, conforme mostra a recém-publicada análise do EurObserv’ER.

O consumo total de combustível renovável na União Europeia caiu de 14,6 Mtep para 13,6 Mtep (milhão de tonelada equivalente de petróleo).

Os 5 maiores consumidores foram: Alemanha (2,77 Mtep), França (2,69), Itália (1,22), Reino Unido (1,01) e Espanha (1,00). Este último, o único dos cinco sem o registro de biocarburantes “100% sustentável”, era o 3º do ranking em 2012. 

A distribuição por tipo de combustível “verde” ficou assim: biodiesel 79,0%, bioetanol 19,9%, biogás 0,9% e outros carburantes (óleos vegetais puros e biocombustíveis não especificados) 0,2%. 

Enquanto a participação do biodiesel no consumo total recuou quase 1 ponto percentual entre 2012 e 2013 (de 79,8% para 79,0%), a do bioetanol foi de 19,2% para 19,9%. 

Acompanhando a redução global de 1 milhão de tep no ano passado, a taxa de incorporação de combustível verde no setor de transporte caiu de 5,1% em 2012 para 4,7% em 2013. 

O dado positivo foi o avanço de 1,1% do consumo de biocarburante com “selo de sustentabilidade” nos países do EU-28, elevando sua taxa de incorporação a 4,1%. 

Este selo é importante, na medida em que somente combustível produzido de forma sustentável pode ser contabilizado visando atender às principais diretrizes “descarbonizantes” fixadas pelo EU-28 para 2020. 

Uma delas é a meta de 10% de energia renovável nos transportes – incluindo o consumo de veículos elétricos (carros, trens, metrôs, etc) oriundo de fontes limpas – e 7% de incorporação de biocarburantes convencionais mais 0,5% de biocarburantes avançados. 

Outra diretriz relevante é a redução de 6% das emissões de gases de efeito estufa dos combustíveis utilizados em transportes. 

A exemplo da queda expressiva do consumo na Espanha em 2013, a principal causa da baixa penetração de biocombustíveis em transportes nos últimos anos seria a falta de uma política coordenada e unificada para os países-membros do EU-28, aponta o EurObserv’ER.

Mantido o quadro atual, até 2020 os biocombustíveis deverão responder por no máximo 8% do consumo energético em transportes na União Europeia, conclui o EurObserv’ER. 

Fonte: Le journal des énergies renouvelables Nº 222, julho-agosto 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário