segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Energia dos oceanos: as novas tecnologias emergentes

Na superfície ou nas profundezas das águas, são dezenas as opções técnicas para se gerar eletricidade renovável

Tecnologia WaveRoller (FOTO: AW Energy), Le Journal des Énergies Renouvelables No 223, setembro-outubro 2014

Mundo fluido de água e ar, o meio marinho oferece inúmeras alternativas aos engenheiros em busca de fontes de energia limpa para o futuro. 

As mais suscetíveis de exploração – o vento e as correntes marítimas – já estão próximas da maturidade.

O complexo movimento periódico da interface ar-água na superfície livre de mares e oceanos incita a disputa entre tecnologias que miram um mercado promissor. 

Mas o espectro de possibilidades para se produzir energia renovável vai muito além de fontes mecânicas acima ou abaixo do nível das águas marinhas. 

Novos nichos tecnológicos despontam, visando o potencial termodinâmico das águas – pelo uso das diferenças de temperatura entre níveis de profundidade – ou o aproveitamento de gradientes salinos. 

Neste post, vamos focar apenas as tecnologias emergentes de “hidrolianas” – turbinas hidráulicas (imersas ou flutuantes) – que utilizam a energia cinética de correntes marítimas, tal como as eólicas aproveitam os ventos. 

No marco do projeto europeu MERiFIC, o estado da arte da estocagem de energias marinhas renováveis revelou 35 projetos com grande potencial de desenvolvimento tecnológico; à exceção de um deles (nos EUA), todos em águas da Europa. 

Foram identificados 9 projetos em estágio de P&D e de pré-factibilidade, 15 em fase pré-comercial de protótipos demonstrativos, 4 em fase comercial e 3 classificados como “tecnologias maduras”. 

A agência britânica de inovação TSB e a associação canadense de pesquisa em energia offshore OREA vão investir 755 mil libras esterlinas (R$ 3 milhões) em projetos de P&D, para impulsionar a energia hidroliana nos dois países. 

Tecnologias “hidrolianas”: Bilboquet (à esquerda), Seabased (no alto) e WaveRoller (embaixo).  Le Journal des Énergies Renouvelables No 223, setembro-outubro 2014

A empresa australiana Atlantis Resources venceu uma licitação de 9,5 milhões de euros (R$ 29 milhões) para fabricar infraestrutura para duas turbinas hidrolianas, de 1,5 MW cada uma, dentro do projeto MeyGen. 

O MeyGen é um parque hidroliano, instalado no estreito das Orcades (Escócia), com capacidade instalada projetada para 9 MW, uma potência suficiente para alimentar 4.500 casas. 

A Atlantis ganhou também uma concessão para explorar águas marinhas escocesas durante 25 anos, com a instalação de turbinas que somam 398 MW. 

Já a empresa Sabella, da região da Bretanha (França), anunciou a aprovação de um projeto de 5,8 milhões de euros (R$ 18 milhões), para testar um de seus protótipos em condições reais de operação. 

O Sabella D10 será testado até o final de 2014, a uma profundidade entre 50 e 55 metros, na passagem de Fromveur, no noroeste francês. 

Entre dezembro de 2013 e abril de 2014, a OpenHydro testou nas águas francesas de Côtes-d’Armor o seu protótipo de hidroliana Arcouest.

Agora a empresa vai fornecer duas máquinas de segunda geração à EDF (maior produtora e distribuidora de energia da França) para serem instaladas e testadas no mesmo parque piloto de Armor, em 2015. 

Fonte: Le Journal des Énergies Renouvelables No 223, setembro-outubro 2014

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